Embalagem certa pode ajudar empreendedor a vender mais
Embala Nordeste Feira

A embalagem certa passa informações corretas, protege o produto e atrai o consumidor. Sebrae Minas pode ajudar empreendedor na estratégia

Uma embalagem não serve apenas para proteger um produto e fornecer informações ao consumidor como forma de usar, cuidados no manuseio, composição química, nutrientes e data de validade. Com uma embalagem bem pensada, o empreendedor pode comunicar muitas coisas sobre a sua empresa, desde a funcionalidade do produto até os valores da sua marca, podendo fazer parte da estratégia de vendas. “As embalagens podem mostrar o diferencial de um produto”, observa a analista do Sebrae Minas, Alessandra Simões.

Embora possa fazer a diferença nos negócios, a especialista observa que a embalagem pode ser fator de aumento de custo do produto. Dessa forma, Alessandra Simões frisa que o empreendedor tem que conhecer bem o seu público para saber se faz sentido investir em uma embalagem mais ousada, diferenciada e mesmo mais personalizada. “Há também a questão ambiental, de sustentabilidade, que deve ser considerada na definição da escolha do tipo embalagem”, ressalta.

Cosméticos para o empreendedor

Para a proprietária da marca de cosméticos naturais Gravetos de Cheiro, Carolina Rosa, a embalagem é o cartão de apresentação da marca e diz muito sobre a essência da empresa e sobre o empreendedor. “A embalagem é o primeiro contato do cliente com o produto. Conseguir se comunicar através de uma embalagem traz resultados incríveis para a marca, tendo como consequência o aumento das vendas”, diz.

Ela diz que, desde que começou a empreender, sempre se preocupou com a escolha das embalagens, buscando por alternativas mais ecológicas, com o objetivo de trazer a sustentabilidade em todo o ciclo da cadeia produtiva. “Todas as embalagens da Gravetos de Cheiro são recicláveis ou biodegradáveis e realizamos a compensação ambiental das nossas embalagens através do Selo EuReciclo”, ressalta.

Para Carolina Rosa, escolher embalagens mais ecológicas é uma responsabilidade social e ambiental. “Além de adotarmos uma prática de consumo mais consciente, isso impacta positivamente a empresa e ao empreendedor, atraindo pessoas e clientes que estejam engajados com a causa”, diz.

Sebraetec

E a empreendedora buscou conhecimento, ela fez consultorias de branding, identidade visual e design de rótulos pelo Sebraetec, que é um consultoria de inovação do Sebrae, que oferece soluções nas áreas de desenvolvimento tecnológico, design, produção e qualidade e sustentabilidade.

“Com um ano de marca, ainda como ECO Saboaria Natural, foi preciso mudar de nome e me dei conta de que não conseguiria fazer toda essa transição sozinha. Foi aí que entrei em contato com o Sebrae”, lembra.

Carolina Rosa ressalta que não pensava em ter seu próprio negócio. “Quando resolvi empreender, inicialmente, foi por necessidade e, mais pra frente, quando vi o que minha marca havia se tornado, pude enxergar oportunidade e me dedicar integralmente ao negócio”, diz.

O empreendedorismo “nasceu” para ela durante o mestrado em conservação da biodiversidade e desenvolvimento sustentável. Carolina Rosa lembra que foi durante as aulas do mestrado que ela conheceu a disciplina de negócios sustentáveis. “Me apaixonei. Nessa mesma época, conheci os cosméticos naturais e fiquei fascinada com essa forma de consumo mais consciente, ecológico e saudável, e comecei a minha transição, deixando de usar os cosméticos industrializados”, diz.

Foi em 2019 que ela abandonou um trabalho de quase dez anos para se dedicar à fabricação de produtos de cosmética natural, vegana e biodegradável. “Fiz o curso de saboaria e cosmética natural e uni todo o meu conhecimento da biologia e do mestrado para criar a minha própria marca”, afirma. Desde então, no seu ateliê em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Carolina Rosa transforma a biodiversidade do Cerrado em cremes, xampus e desodorantes.

Embalagem adequada passa credibilidade ao empreendedor e à marca

A embalagem é um diferencial competitivo e pode passar credibilidade ou não de um produto, na avaliação da proprietária da marca Dona Farofa, Juliana Farias Ribeiro. Para ela, a embalagem tem que ser apropriada para a conservação do produto, com todas as especificações necessárias, além de ser atrativa visualmente.

“Quem conheceu a Dona Farofa em 2018, hoje elogia a nova cara do produto, chegam a falar que está ‘tipo exportação’, que a embalagem atual valorizou o meu produto, que já era bom”, frisa.

Ela diz que o produto vinha em um potinho de plástico e passou para um saquinho, com ziplock, que valorizou o produto. Além disso, a empreendedora destaca que a embalagem pode ser reutilizada.

A hoje proprietária da Dona Farofa lembra que antes da mudança da embalagem, algumas pessoas elogiavam a qualidade do produto, mas ressaltavam que a embalagem não era adequada. ”Diziam que eu tinha um produto muito bacana, um produto muito bom em uma embalagem simples’”, diz.

Apesar da qualidade, ela lembra que o produto chegou a não ter boa aceitação em empórios justamente por causa da embalagem. O lançamento da nova embalagem aconteceu em setembro de 2021.

Juliana Ribeiro comercializa os cinco sabores de farofa de diversas formas, desde a venda para empórios, durante eventos gastronômicos, feiras, além do telefone e Instagram. A experiência como empreendedora já rendeu convites para palestras para falar sobre o assunto. O último lançamento da Dona Farofa, cuja sede fica em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foi justamente da farofa doce, desenvolvida graças ao desafio proposto pela irmã, em 2021.

Escolhas certas abrem portas

O reposicionamento no mercado com embalagens mais atrativas abriu as portas para a Amor em Calda, da empreendedora Sirlene Silva Ramalho. “A embalagem adequada conta muito, atrai o consumidor, passa mais confiança”, diz. Segundo ela, seus produtos passaram a ser vendidos em mais estabelecimentos após a mudança.

E para chegar na escolha certa, ela contou com o suporte de uma consultoria do Sebrae. “O Sebrae foi o meu norte, me ajudou com o desenvolvimento dos rótulos, tirou todas as minhas dúvidas, pois eu não tinha o conhecimento necessário”, ressalta.

A proprietária da empresa de doces e geleias, de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, diz que o trabalho com as embalagens levou de seis a oito meses e recomenda que os empreendedores busquem o Sebrae para ter as orientações adequadas. “Estou buscando me aprimorar”, frisa.

Confira a matéria completa na íntegra: Diário do Comércio