Tal como a economia brasileira, que nos últimos anos surpreendeu com crescimento acima do esperado, a indústria de embalagens do país registrou forte expansão no período pós-pandemia, puxada especialmente pelo consumo das famílias. Além de uma conjuntura de aumento dos rendimentos – alimentada pelo dinamismo do mercado de trabalho com melhora dos salários, a regra de reajuste do salário mínimo ao qual os benefícios sociais estão atrelados, e o aumento do valor do Bolsa Família -, também contribuiu para o mercado de embalagens a mudança de padrão de consumo das famílias, com o aumento das compras online e da entrega a domicílio, por exemplo.
Em 2024, estudo macroeconômico produzido pelo FGV IBRE para a Associação Brasileira de Embalagens (ABRE) aponta que o valor bruto da produção física de embalagens cresceu 14,89% em 2024 em relação ao ano anterior; em 2023 essa alta tinha sido de 17,21% na mesma comparação. “No ano passado, essa indústria cresceu 6,7% em volume de produção, acima do observado pelo agregado da indústria de transformação, de 3,7%”, ilustra Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.
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Com a tendência de desaceleração da atividade em 2025, as perspectivas para o setor de embalagens também encolheram, para uma expansão em torno de 0,6%. “Ainda estamos em um processo de pressão inflacionária e alta de juros, com um ciclo de aperto monetário que se iniciou no ano passado e começa a impactar a economia agora em 2025. Temos visto a confiança do consumidor dando sinais de arrefecimento em 2025, dentro de um quadro de incerteza doméstica grande, ainda que menor do que a incerteza global”, descreve Tobler. “No caso da indústria de embalagens, diversos insumos são precificados em dólar, então o potencial desarranjo da cadeia global com a política tarifária do governo Trump e a possível resposta dos demais países pode impactar o setor. É algo que será preciso monitorar este ano”, afirma.