Na COP30, a Associação Brasileira de Embalagem (ABRE) projetou os rumos do mercado de embalagens e reforçou que o setor terá papel determinante na construção de uma economia de baixo carbono. A Conferência da ONU trouxe a economia circular como tema das discussões climáticas pela primeira vez.
As embalagens passaram a ser entendidas como importantes agentes da transição sustentável, responsáveis por viabilizar rastreabilidade, logística reversa, novos fluxos de reaproveitamento e redução de emissões em diferentes cadeias produtivas.
“A COP30 marcou uma virada de chave: o mundo entendeu que não há agenda climática assertiva, sem circularidade. E a circularidade não avança sem embalagens mais inteligentes, eficientes e integradas aos novos modelos de produção e consumo”, afirmou Luciana Pellegrino, Presidente Executiva da ABRE e da World Packaging Organization (WPO).
Tendências globais
A COP30 consolidou tendências globais que impactarão diretamente o setor nos próximos anos, como a harmonização regulatória, a pressão por design para circularidade como padrão, a obrigatoriedade de métricas de carbono e reciclabilidade, e a integração de tecnologias digitais — de QR Codes dinâmicos, ao uso de dados de ciclo de vida para comprovar impactos e orientar escolhas do consumidor.
Para a ABRE, esse movimento redefine os paradigmas das empresas brasileiras. “Estamos entrando em um ciclo em que a sustentabilidade não é mais opcional. Os produtos que chegarem ao mercado precisarão comprovar impacto ambiental reduzido”, destacou Isabella Salibe, Gerente de Sustentabilidade e Projetos Especiais da ABRE. Ainda de acordo com a associação, o Brasil tem potencial para se tornar um hub global de soluções em circularidade, impulsionado pela força de suas cadeias de reciclagem e pelo ecossistema de catadores e cooperativas.
Lupinha
Um dos destaques apresentados na conferência foi a plataforma Lupinha, que promove educação ambiental e transparência sobre o encaminhamento adequado das embalagens para reciclagem. O QRCode Lupinha orienta consumidores sobre o destino correto das embalagens ao fim do ciclo de uso do produto, ampliando a conscientização e as taxas de reciclagem.
Para a ABRE, o projeto fortalece cooperativas de catadores, padroniza a comunicação entre marcas e órgãos reguladores e promove acessibilidade para mais de 7 milhões de brasileiros com deficiência visual. “O futuro das embalagens será decidido agora. E o Brasil, com inovação, talento e indústria, tem condições reais de liderar essa transformação global”, concluiu Luciana Pellegrino.
Fonte: GiroNews



